Dario Vivas, deputado do Partido Socialista Unido da Venezuela
«Está neste momento em curso uma forte campanha mediática de desqualificação e calúnias contra a República Bolivariana da Venezuela e a sua revolução. Dizem que somos uma ditadura, mas a oposição concorre a eleições e até as vence, como sucedeu em Novembro de 2015. A direita no nosso país tem governadores, autarcas e deputados, mas apesar disso grandes órgãos de comunicação social nacionais e estrangeiros recorrem a esta mentira para tentar desqualificar a revolução bolivariana.
Isto não é novo para nós, pois desde há 17 anos, quando o Comandante Supremo Hugo Chávez ganhou pela primeira vez as eleições presidenciais, que se trava uma guerra contra a estabilidade democrática do país, agravada após o falecimento, em 2013, do nosso Comandante Supremo. Em 2014, o companheiro Nicolás Maduro mereceu o voto universal, directo e secreto da maioria do povo venezuelano e foi eleito Presidente da República. Mas a direita, que quer retomar o poder a todo o custo, gerou de imediato uma onda de violência que provocou vários mortos.
A campanha mediática foi retomada e intensificada e foi lançada uma guerra económica contra o país, em que empresários ligados ao grande capital escondem da população os alimentos e os medicamentos, o que tem graves consequências sociais. O presidente Barack Obama pôs-se à frente desta campanha, aprovando um decreto que considera a Venezuela uma ameaça inusual e extraordinária à segurança dos EUA, o que é ridículo, pois a verdadeira ameaça é o imperialismo norte-americano, contra a estabilidade, a democracia e a independência da nossa pátria. Também Álvaro Uribe e John Kerry vieram a público defender uma intervenção armada contra o nosso país.
Da nossa parte, decidimos lançar uma acção organizativa interna, de modo a estarmos preparados para defender a nossa pátria de qualquer intervenção externa e para defender a democracia participativa, a democracia do povo. Estamos também a procurar dinamizar um clima de participação e poder popular na nossa pátria.»
(Depoimento recolhido na sessão de solidariedade com a América Latina realizada no dia 17 de Maio na Casa do Alentejo, em Lisboa)