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solidariedade palestina nov2022

O Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) não esquece o corajoso povo palestino e a sua luta para viver em paz, livre e independente, num Estado soberano e viável com as fronteiras anteriores a 4 de julho de 1967 e capital em Jerusalém oriental.
As ilegalidades e crimes do regime de Israel contra o povo palestino são inúmeros e de gravidade extrema, mas prosseguem com a conivência dos que, por oportunismo, efetiva cumplicidade ou, simplesmente, curvados perante o grande protetor do sionismo, os Estados Unidos da América (EUA), fazem de conta que não leem, não ouvem, nem veem:
-A expulsão de palestinos dos seus locais de residência e a apropriação dos seus bens; os milhares de detenções administrativas e prisões arbitrárias, maus tratos e tortura de prisioneiros, incluindo de menores de idade; a reiterada repressão militar de protestos pacíficos, acumulando centenas de mortes e feridos civis; a demolição de infraestruturas, prédios habitados ou bairros inteiros, e massacre dos seus habitantes; o isolamento de comunidades palestinas, em guetos; as restrições à liberdade de circulação, dentro do próprio território palestino, com efeitos perversos no dia-a-dia da população, incluindo no transporte de doentes; o confisco de milhares de hectares de terras e vilas, e a usurpação dos recursos naturais e das melhores terras agrícolas; a incessante expansão de colonatos (Cisjordânia, Gaza e Jerusalém oriental), confinando os palestinos a cerca de 12% da palestina histórica; a transferência compulsória de propriedades de palestinos, situadas em território israelita, para judeus ou entidades judaicas; a construção de um muro de betão, 85% do qual dentro de território ocupado, cercando os territórios palestinos e separando milhares de proprietários das respetivas propriedades.
-Que Gaza continua cercada por terra, mar e ar pelas forças israelitas, mantendo a respetiva população presa a uma situação de desumana dependência e privação de meios de subsistência, mesmo os mais básicos, e que a descoberta de importantes reservas de gás natural no offshore palestino de Gaza só vem alimentar a ambição do regime israelita de controlo e cerco deste território.
-Que, a tudo isto, acrescem bombardeamentos e outras ações bélicas do Estado de Israel, contra os Estados vizinhos
Neste quadro, que perdura e se agrava há mais de sete décadas, o chamado mundo ocidental – designação que a comunicação dominante dá ao conjunto dos países que seguem acriticamente o comando dos EUA –, ao invés de tomar partido contra estes crimes e ilegalidades, prefere perseguir aqueles que os denunciam e intervêm em defesa do povo palestino em prol do direito, da justiça e da paz.
Em especial na União Europeia (UE), ao mesmo tempo que se assimila vergonhosamente a denúncia e condenação da política de Israel contra o povo palestino e se ameaça a solidariedade com a causa palestina, estabelecem-se negócios com empresas do complexo industrial-militar israelita e acordos com o Estado de Israel.
A atual Administração dos EUA prossegue com o legado das anteriores, de incondicional apoio político, financeiro e militar (só este último contabiliza mais de três mil milhões de dólares por ano) ao Estado de Israel. Utiliza a chantagem financeira para condicionar a ação da Autoridade Nacional Palestina; impede o julgamento internacional dos crimes de guerra israelitas; recusa-se a agir contra a expansão de colonatos; mantém a retórica de «dois Estados», mas não reverte a decisão de deslocalizar a embaixada norte-americana para Jerusalém.
Num tempo de grande incerteza e perigo, em que o vil silêncio, a mentira e a manipulação campeiam, o CPPC não só não esquece o corajoso povo palestino como reitera a sua inabalável solidariedade com a luta deste por um Estado soberano e viável no território que lhes pertence por direito. Um Estado aonde os refugiados palestinos também possam regressar e todos, finalmente, viver em liberdade e paz.
A Direção Nacional do CPPC