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O Conselho Português para a Paz e Cooperação participou na ação de solidariedade: "Fim ao Bloqueio! Solidariedade com Cuba! América Latina livre e soberana!", que decorreu ontem em Lisboa, no Rossio
Em nome do CPPC interveio Rui Garcia que reafirmou a urgência de por fim aos bloqueios e sanções económicas impostos pelos EUA aos povos da América Latina, como Cuba, Venezuela e Nicarágua, e a necessidade de manter e alargar a solidariedade com os todos os povos e forças progressistas que na América Latina lutam pela democracia e pelo desenvolvimento soberano das suas nações.
Intervenção do CPPC:
Em nome do Conselho Português para a Paz e Cooperação saúdo todos os presentes e as organizações promotoras desta acção de solidariedade com Cuba e com a América Latina e, sobretudo, quero deixar aqui expressa uma mensagem de solidariedade do CPPC ao povo cubano e a todos os povos latino-americanos e caribenhos, às forças populares progressistas e aos governos da região que lutam pela libertação do domínio imperialista, que afirmam a sua soberania e o livre desenvolvimento, que trilham caminhos de emancipação dos povos das nações latinoamericanas.
Considerada pátio traseiro pelo gigante imperialista, na América Latina foram escritas algumas das mais belas epopeias da luta secular pela liberdade e pela emancipação dos povos: desde a luta contra o colonialismo e pela independência às posteriores lutas contra o imperialismo – resistindo a ingerências abertas ou encapotadas, a agressões, a golpes, a ditaduras e repressão, a bloqueios e sanções. Desembocando na construção de vias soberanas de desenvolvimento, de que Cuba é o mais heroico exemplo – mais de seis décadas de uma Revolução, resistindo ao criminoso bloqueio, a agressões e chantagens, e apesar disso, demonstrando repetidamente a superioridade do seu sistema e dos valores da Revolução Cubana, capaz de alcançar patamares de desenvolvimento humano ímpares na região e de dar ao mundo sucessivos exemplos de solidariedade internacionalista.
O historial da acção do imperialismo dos EUA, sucessor do colonialismo europeu na pretensão de domínio sobre a América Latina, deixa um rasto de inominável violência em toda a região e é o principal responsável dos constrangimentos e atrasos do desenvolvimento dos países latino-americanos, sujeitos à apropriação das suas riquezas naturais e da riqueza produzida pelos seus povos, pelas multinacionais estrangeiras e pelas minorias clientelares, pelas suas oligarquias.
Prosseguindo o ciclo de fluxos e refluxos das forças progressistas, que marca a evolução da situação política na América Latina ao longo de décadas, parece ser possível afirmar que está a decorrer um novo período de ascenso de forças democráticas em muitos países da região, caracterizado pela derrota eleitoral das forças mais reacionárias em vários países: México, Chile, Argentina, Bolívia, Colômbia e que se espera ver repetida nas próximas eleições brasileiras.
Além de Cuba, também Venezuela e Nicarágua enfrentam a guerra económica, subversiva e mediática e a hostilidade declarada do imperialismo dos EUA, mas continuam a resistir, assim como por todo o continente se mantém viva a chama da luta de vastas camadas populares – de trabalhadores, de agricultores, das populações indígenas, em defesa do ambiente e dos recursos naturais, na defesa da cultura e da identidade próprias – inseridas num contexto mais amplo de luta pela democracia e pela soberania nacional.
A solidariedade internacional é indispensável ao prosseguimento destas lutas, até porque, na complexa situação internacional presente, com o aumento das tensões internacionais provocado pela crescente agressividade imperialista – que recorre de forma cada vez mais aberta ao uso da força nas relações internacionais e assume uma nova corrida aos armamentos – nenhuma luta em qualquer país ou região é dissociável deste contexto global: cada povo que luta, luta, ainda que o não perceba no momento, por todos os povos do mundo.
O CPPC, honrando a sua história de décadas em defesa da Paz e da Cooperação, reafirma a necessidade de manter e alargar a solidariedade internacional aos povos e países latino-americanos: com Cuba, Venezuela e Nicarágua contra o bloqueio e as sanções económicas ilegítimas e ilegais impostas pelos Estados Unidos, e com todos os povos e forças progressistas que na América Latina lutam pela democracia e pelo desenvolvimento soberano das suas nações.
Reafirmamos igualmente a necessidade de exigir ao Governo português e a todos os demais países da União Europeia que cessem a sua submissão ao imperialismo norte-americano, que cessem as suas próprias acções de ingerência e hostilidade aos países da América Latina e prossigam uma política de paz, cooperação e relações económicas internacionais justas, que é o único caminho para o progresso e o desenvolvimento no interesse dos povos.
Pelo fim da ingerência
Pelo fim do bloqueio
Pela cooperação
Pela solidariedade
Pela Paz!